Wednesday, March 28, 2007

www.politicamentecorreto.com.br


Hoje em dia é muito fácil falar a coisa certa para o público certo. Claro, sempre foi para quem está atento aos 'chavões' do momento, aos termos mais aceitos pelo mercado, às palavras da moda. Mas hoje, basta acessar qualquer site relativo a um assunto de interesse e encontramos as dicas que podem ser usurpadas como nossas. Faça o teste. Cliquei no google 'como ser um bom jornalista' e lá estavam mil dicas. "como ser um bom executivo" e lá estavam as palavras corretas para utilizar numa conversa. "Assertivo, próativo, sustentável, inovador". Bárbaro. Sempre converso com os repórteres com os quais trabalho e digo. "por favor, ouça o que eles dizem, mas mantenha a conversa para ver se a prática corresponde ao discurso. É fácil acessar o www.politicamentecorreto.com.br". Recentemente, entrevistei uma futurista, especialista em cenários sustentáveis.

E ela colocou algo que me rege atualmente. Segundo ela, (seu nome é Rosa Alegria) o indicador do futuro é a coerência (leia aqui a entrevista completa). Entre o que se diz e o que se pratica. Pois todas as empresas têm balanços perfeitos, apontam suas listas de valores, sua preocupação com a sociedade e seus funcionários. Mas por que vivem às turras com a eficiência e o bom relacionamento? Quantas vezes vc já ouviu falar a fatídica frase "o cliente em primeiro lugar"? Quantas empresas vc acha que de fato levam essa frase a sério?

O mais difícil mesmo é trabalhar a simplicidade, ou as valores essenciais. Brinco sempre. Melhor trabalhar no 'atacado', ir à essência, aos valores universais - respeito, atenção, boa-vontade. Porque o 'varejo' se perde nas técnicas e conceitos que mudam a todo momento. Ainda relativo ao mundo corporativo, marketing one to one, segmentação, customer experience.

Tuesday, March 13, 2007

"O celibato é uma bênção, e o segundo casamento, uma praga"

Sim, sim, essa frase é do Papa Bento XVI. Soa ridícula, em pleno século 21, mas até entendo o que ele quer dizer, no sentido da igreja e do catolicismo. Prega na verdade a profundidade das relações, que não sejam superficiais, que acabem no primeiro momento, pois se houver a certeza de um segundo ou terceiro casamento, há sempre uma banalização das relações. O mesmo vale para o celibato, numa fase em que sexo virou mania de competição. Quanto maior a quantidade de parceiros, melhor. Melhor pra que, em todo caso.

ok, ok, tem um quê de fundamento nessa frase do Papa. Mas a Igreja Católica precisava urgente de uma assessoria em comunicação. A frase do papa soa tal qual a de executivos que ficam presos em seus útlimos andares de seus escritórios definindo o que o mercado quer, embora ele não ponha o pé pra fora de sua sala de ar-condicionado, e nem olhe para as pessoas comuns. Assim é a Igreja, fazedora de regras com a matéria prima lá de trás. A gestão do medo, e princípios arcaicos.

Por que será que nenhum papa falou com tanta ênfase da 'praga' de dentro das igrejas, com padres abusando de crianças....

Algo dentro de mim quebrou com o catolicismo, como milhões de pessoas no mundo todo. Mas não tenho como negar suas coisas boas. Cresci num ambiente de estímulo ao envolvimento com a igreja católica. Nunca fui forçada, sempre foi algo natural. Eu ia, eu gostava, eu participava, e me alimentei muito espiritualmente dessa convivência com a igreja. É o religar, que outras ferramentas oferecem.

Sempre me incomodou nas missas dizer 'por minha culpa, minha tão grande culpa", isso eu achava uma sacanagem, porque nunca soube de que culpa estava me punindo.

Mas sempre gostei desse olhar de doação incentivado pela igreja, de justiça, de alguns padres. É certo que sempre estive próxima de igrejas mais avançadas politicamente, menos conservadoras.

Porém, a igreja e a religião católica é massacrante com suas frases de efeito, como essa do papa, em que nos exige uma perfeição sem limites. Tal qual empresas que estabelecem metas irrealizáveis, e os funcionários têm a noçao psicológica de que sempre estão errados, ou devendo algo para seus chefes.

A igreja não nos estimula o exercício de olhar nossas próprias sombras, e acolhê-las, em seguida. Não, a igreja não tem disso não, e nem sonha. Tudo o que ela coloca são regras, dogmas. E eu rompi com dogmas. Ou nasce naturalmente do coração, ou não vai.

Bem, eu rompi, e fui pesquisar outras religiões. Budismo, por exemplo, estudei o budismo tibetano, tive contato com xamanismo, estudei um pouco o judaismo, e a umbanda. Esta última, tem algo de muito interessante. Seus orixás têm seu lado bom e seu lado ruim. Seus defeitos. Isso nos aproxima dessas divindades, como dizendo que podemos explorar nossa divindade também, cuidando dos nossos defeitos, tal qual nossos deuses os têm.

Enfim, cada um com seu cada um. Não há como negar diversos benefícios que a igreja católica ofereceu á humanidade. Foi base para a formação das leis, de artes, etc. Mas fez estragos profundos. tudo bem, podemos olhá-la também como instituição feita por homens, portanto, cheia de luzes e sombras. Se houvesse essa auto-crítica, talvez a igreja católica aprenderia a refinar um pouco seu discurso, que é realmente, lamentável e pejorativo, de gestão através do medo. Ás vezes olho as nuances da sua doutrina e me espanta a inteligência maquiavélica intrínseca.

Anyway, seu papa, viva o mundo real também, vá olhar de perto as feridas de seu povo, quiçá a igreja possa aprender melhor o que é sangrar, para depois renascer mais forte. mas vá mesmo, pq o mundo precisa de sua veia solidária.

Sunday, March 11, 2007

cansadas e felizes mulheres

tudo ao mesmo tempo agora, foi o título da matéria esta semana para o Dia Internacional da Mulher, no Canal Rh. Tudo bem, não há nada de original em colocar matéria de mulher no dia. Mas vamos combinar. Ser mãe, mulher e ralar muito para brilhar profissionalmente, não é pra qq uma. Cara, as mulheres entram numas de 'ou' dá certo profissionalmente, 'ou' dá certo afetivamente. As duas coisas não podem. Mas tudo é possível sim! Entrevistei há pouco tempo uma executiva que criou não 3, mas 5! Dois filhos dela e três do marido, de um casamento anterior. E ela trabalha 14 horas por dia. Oras, bolas. Podemos... que bom que podemos. Para cada mau exemplo, tem sempre dois pra puxar a gente pra cima. porque olha, não é mole não. Mas quem se permite, consegue. É só não sucumbir às pressões de todos os lados que dizem 'isso não dá certo."

Depois de manoel Carlos, BBB 7

O BBB 7 está muito curioso. só vi dois bbbs até hoje, o primeiro do Jean e Grazi, e agora, acompanho vez em quando este aqui. Ah, a essência humana exposta, com falhas e acertos. Estes jogadores todos assumiram que vão jogar com todas as armas para ganhar. E é o que estão fazendo. Se antes outros queriam mostar quem é mais legal, este vai mantendo seus jogadores por 'eliminação'. É, e os personagens são curiosos. Uma disputa de 16 horas dentro de uma jaula para definir quem é o líder.. uau... não é pra qq um. Bem, quem ficou órfão da novelinha Páginas da Vida (sim, alguns(mas) jornalistas também assistem novela), ganhou o BBB pra se consolar... rsrs. Também não vamos levar a vida tãããão a sério assim....

Saturday, March 10, 2007

O labirinto de Fauno






Assisti hoje ao Labirinto de Fauno, filme méxico-espanhol, de Guillermo del Toro. Pensei que ia encontrar algo como Crônicas de Nárnia, mas na verdade, é um filme forte, com passagens cruéis, em que o labirinto, é um pedaço da imaginação, enquanto a realidade, é a da Guerra Civil Espanhola, na década de 40.
Me lembrou duas coisas. A destroçada sensibilidade humana em situações limites, e ao mesmo tempo, pelo que vale a pena viver. É forte. E me lembrou também um livro muito tocante, que li há algum tempo, chamado O Deserto dos Tártaros, de um jornalista italiano chamado Dino Buzzati. Escreveu esse livro em 1940, e foi reeditado recentemente. É um livro interessante. Ambos, o filme e o livro, passam pela questão da jornada, de luzes e sombras, da nossa jornada. É escolher também onde se quer ver a luz. Pode ser aqui, ou pode não ser. A vida é assim. Dura um segundo. E cada um segue o seu coração. E as vezes a jornada é curta.

Friday, March 09, 2007

once more, o teletrabalho virou realidade....

ah, e da série, olha o que eu já fiz, me deparei com a matéria feita com Domenico Demasi, nos tempos de revista Época, o homem que ganha dinheiro no mundo inteiro pedindo às pessoas para trabalharem menos... Foi uma ótima entrevista, para gastar meu italiano, que a esta altura já enferrujou de vez - voltarei a estudá-lo! Mas lá estava ele pregando o teletrabalho no final dos anos 90. E olha eu aqui... uma teletrabalhadora, feliz. Não podia imaginar que De Masi vislumbrava o que seria também o meu cotidiano.



TELETRABALHO

O poder do ócio

O sociólogo italiano Domenico De Masi reforça a crítica aos modelos de trabalho tradicionais


Se a Internet continuar rompendo padrões de comportamento, em breve 50% das atividades profissionais poderão ser feitas pelo "teletrabalho". É o que espera o sociólogo italiano Domenico De Masi, de 61 anos, estudioso das relações de trabalho, conhecido no Brasil por ter pregado a idéia do ócio como fonte de criatividade para os negócios.

"Se, em vez de sair de manhã para o escritório, um executivo ficar em casa trabalhando com auxílio da Internet, fará suas tarefas em menos tempo, vai curtir mais a família, além de driblar o trânsito", diz. A rede, acrescenta, pode ajudar a modificar a organização das empresas, das famílias e até das cidades.

"Isso iria melhorar o tráfego de carros e a vida da outra metade dos trabalhadores que não podem deixar de comparecer a seus empregos", raciocina. Pela décima vez no Brasil, De Masi inaugura na segunda-feira 25 o instituto S3 Brasil, uma adaptação de sua escola de organização do trabalho com sede em Roma.

O sociólogo aproveita a viagem também para promover seus dois livros mais recentes: A Sociedade Pós Industrial, da Editora Senac São Paulo, e O Futuro do Trabalho, da José Olympio. Este último, lançado há algumas semanas, já está na segunda edição. Ambos tratam do desajuste entre as formas de trabalho na sociedade moderna. Para De Masi, os avanços nessa área são maiores do que sua utilização prática.

"Vivemos ainda num ritmo de trabalho da época industrial, quando a sociedade está na era dos serviços, em que poderíamos trabalhar bem menos, com a tecnologia disponível. Mas temos a neurose do tempo", diz. Famoso pelas opiniões ácidas sobre o modismo empresarial, De Masi critica as megafusões, por exemplo. Elas castram a motivação e a criatividade, acredita. "Não passam de jogos financeiros que protegem algum criminoso e determinam a riqueza ou a desgraça de uma empresa ou de um país", afirma.

O sociólogo também critica o Brasil: "O país se abriu para a globalização e só copiou o modelo americano de organização de empresas, mantendo-se submisso a ele". Muitas idéias difundidas, como as de privatização, globalização e demissão em massa, são ideologias propagadas no mundo pela escola americana de administração, diz De Masi. "Isso não é ter idéias", reclama. "Os que estudaram nessas escolas são quase todos imbecis, conheço muitos deles." De Masi se interessou pelo Brasil através da mulher, Susi, apaixonada pela música popular brasileira. "

Duvido que os músicos que acompanham o Caetano Veloso são organizados como a Fiat. Mas um dia a Fiat vai imitar o estilo do Caetano Veloso", afirma. O irônico italiano reconhece, porém, que há pequenos sinais de mudança, inclusive no Brasil. A Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), seria um exemplo. Apesar de a instituição difundir as teorias de administração das escolas americanas, acabou de firmar um convênio com De Masi para desenvolver cursos sobre novas fórmulas de organização. "Até os EUA estão em busca de outro modelo", afirma. Fenômenos como o teletrabalho, acredita ele, só reforçam essa tendência.

Carla Jimenez

Meus trabalhos...

Se a rede vai se encher de informações, uma hora eles podem desaparecer. Eu até guardo minhas revistas antigas, como memória do meu trabalho, mas ficar acumulando papéis, ocupa espaço. A Web 2.o permite manter aqui! Pois achei um artigo antigo meu, que me fez dar risada. Vou copiar, e assim, quando esbarrar nos meus trabalhos, vou fazê-lo.

Vaso sanitário vira artigo de propaganda ecológica e ganha apelo econômico

São Paulo - Um artigo sem nenhum glamour para a maioria dos mortais está no centro das atenções da indústria e varejo de material de construção. O vaso sanitário virou artigo de propaganda ecológica e promete mexer com as vendas do setor dentro de poucos meses.
Um acordo com a Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano (Sedu) e uma parceria entre fabricantes e prefeituras, ainda em estudo, têm como objetivo incentivar a substituição dos modelos tradicionais por outros que economizam água.

A maioria das casas brasileiras possui hoje o vaso tradicional, que exige de 30 a 40 litros de água para a higienização do equipamento. Com a escassez do recurso natural, a indústria trabalhou um modelo para reduzir o consumo de água. Já há vasos que completam uma descarga com seis litros, ou seja, representam uma economia considerável para uma residência ou espaço comercial.

Para se ter uma idéia, estudos sobre o assunto apontam que, numa casa onde residem quatro pessoas, a descarga é acionada 16 vezes por dia, o que significa um consumo mínimo de 480 litros por dia e 14,4 mil ao mês (14,4 m³). Com um equipamento novo, esse consumo cairia para 96 litros diários, ou 2,88 mil litros mensais (2,88 m³).

O alívio poderá ser sentido na conta, segundo a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). Ao considerar um custo de R$ 3,20 por m³ cobrado em São Paulo pela Sabesp, o valor da conta de água de uma casa com vaso tradicional (14,4 m³) é de R$ 46. Com a nova louça sanitária, o custo cai para R$ 9,22.

De fábrica

O acordo setorial da cadeia em consenso com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, da Presidência da República, acertou que a partir deste ano só sairão de fábrica vasos com a nova tecnologia que garante o uso racional da água.

Agora, a Anamaco estuda um meio de estimular a troca do vaso principalmente em cidades onde a quantidade do recurso natural é crítica. Seriam campanhas junto a prefeituras que detêm o controle das empresas de saneamento, como é o caso de Diadema, na Grande São Paulo. Ao todo, seriam 1,5 mil prefeituras.

A entidade estima que o País tenha 50 milhões de imóveis que poderiam fazer a troca, o que tende a acontecer gradativamente. Segundo o presidente da Anamaco, Cláudio Conz, um projeto de transição das bacias pode acontecer ao longo de dez anos.
A indústria estuda inclusive meios de estabelecer um acordo de entrega da bacia antiga no ponto-de-venda, para garantir a reciclagem do produto. Os principais fabricantes desse setor são a Roca (com as marcas marcas Celite, Incepa e Logaz), a Deca, a Ideal Standard, a Icasa e a Hervy. Juntas, detêm 95% do mercado e produzem cerca de 700 mil vasos por mês.

Pelo mundo

A idéia de troca não é original do Brasil. Países como México e Estados Unidos já trabalharam campanhas de troca de vasos que incluíram incentivos fiscais para os consumidores que exerceram o upgrade do "trono" no início da década de 90.

Segundo Conz, da Anamaco, uma série de empresas no País já realizaram a troca, com retorno rápido do investimento. Ele cita o caso da rede hoteleira Ibis, que fez a troca de 360 bacias recentemente. A economia de água teria garantido o retorno do investimento num período de dois meses.
Leia mais sobre Construção no AE Setorial, o serviço da Agência Estado voltado para o segmento empresarial.
Carla Jimenez

Monday, March 05, 2007

barbárie...

hoje fiz uma das minhas melhores entrevistas, com um empreendedor que admiro muito. não posso dizer ainda, pois ainda será publicado. Mas é uma aula de jornalismo e tecnologia. Ser jornalista tem disso. A oportunidade de aprender enquanto se trabalha. Uma das colocações dele foi a respeito do momento da barbárie que vivemos atualmente. Triste realidade. Insuportável ver a todo momento o jornalismo verdade com a dor instantânea de pais e mães que acabam de saber que mataram seus filhos. É um dor sem tamanho. Dá para sentir a kilômetros de distância. Mas está dentro do contexto fragmentado da sociedade atual, que busca uma nova linguagem, um novo modo de ser, para reaproximar-se dos semelhantes. É realmente chegar à beira do abismo. Com a guerra civil, o aquecimento global, a ruptura de instituições, e a escassez de valores. Cada um faz a sua escolha. Sem bandeira. Mas opto pelo caminho da verdade e da justiça social, sempre.