Thursday, June 14, 2007

mídia online - vasto universo

um vasto universo. o mais maravilhoso e fascinante da internet é que este espaço é infinito, como são infinitas as possibilidades na vida, como é infinito o universo. foi a tecnologia que nos ensinou a abrir a cabeça, a enxergar que o mundo não é limitado a essa necessidade premente de organizar a vida, com regras, normas, dogmas. É impossível sobreviver como antes ao mundo depois da internet. E a maioria dos mortais só consegue enxergar sua superfície, como alerta Rodrigo Mesquita, criador da Agência Estado.

O seminário Midiaon - que infelizmente só acompanhei pela web - contato humano é contato humano - deu ótimos insights.

Tuesday, June 12, 2007

Do coração

Me sinto cutucar por um pequeno colega de esporte que puxa minha blusa e me diz: - paga um lanche pra mim, meu pai não veio me pegar ainda e eu tô com fome. Tô aqui desde as duas!. Eram oito da noite..... Ele ficara treinando desde então.

Como resistir à sinceridade pueril. Parti para a padaria pagar um lanche a ele. É um menino doce, branquinho e se destaca em sua mão a falta de dois dedinhos. Sei que sua mãe não se vê por lá, apenas o pai.

- perdi meus dedinhos num acidente. Um caminhão de leite passou em cima. No dia em que morreu a minha mãe. Eu tinha dois anos.

Senti meus olhos lacrimejar, sentimento de mãe. Disse a ele a única coisa que me veio à cabeça.
- Nossa, vc nasceu pra ser forte.
- Eu sei, eu sou muito forte.

- Lindo, siga seu coração, continuei.
- Meu coração é de aço, igual ao do meu pai. Foi a resposta que recebi de bate e pronto, tal qual um golpe da arte marcial.

Desse dia em diante ele passou a morar no meu coração pelo simples fato de ter uma história triste.

Gostava de treinar com ele, era ativo e sabia tudo de cor. Para meu estágio na arte marcial, ele era um companheiro perfeito. Mas tempos depois, não apareceu mais na academia.

- Sumiu, de vez em quando o pai dele some. Foi a informação que obtive sobre meu pequeno amigo.

Com joelho machucado, sumi um pouco da academia também. Voltei um mês depois. E uma bomba. Um programa de TV dominical fez uma reportagem sobre meu amigo. Sua mãe, na verdade, estava viva. E o procurava há seis anos. O pai o seqüestrara quando ele tinha apenas dois. E fugir vez em quando. Para voltar em seguida.

Meu amigo não voltou mais ao kung fu. Deve estar feliz ao lado da mãe, embora triste porque o pai, de coração de aço, lhe fez viver uma mentira e lhe roubou seis anos de amor.

A vida não tem jeito. A consciência não tem idade. Por que ele teria dito que tinha coração de aço? Se fosse real a sua história, sem mãe, haveria amor de verdade também, por parte de um pai que o amaria com paz e sinceridade. Mas nao eram esses sentimentos que alimentavam sua alma e seu coração.

querido amigo, que seu coração floresça agora.