Thursday, May 24, 2007

Ironias latinas


Gente, é impossível não rir da idéia de que o topless da mulher do Carlos Menem, ex-presidente da Argentina, acabou por deixá-lo em péssimos lençóis. Mas, justiça seja feita. Menem foi o homem que destruiu a Argentina com a sua paridade cambial. Ele engoliu sem pestanejar as regras do FMI, privatizou a torto e à direito,e indexou o peso ao dólar, criando um poder artificial para a moeda argentina, que viria a explodir em 2001/2002. Resultado: mais da metade da população argentina acordou pobre da noite para o dia. Foi uma experiência traumática para os nossos vizinhos argentinos, tão inteligentes, quanto arrogantes àquela altura.


A hecatombe daquele período deixou feridas. Entretanto, teve algo de positivo. Um mea culpa da nação pelos erros cometidos e debates sobre a própria arrogância. Para sobreviver ao caos, compensaram a tristeza com a produção de filmes lindíssimos, como Filho da Noiva, Nueve Reinas, Abrazo Partido, Kamchatka.
Enfim. Mas há algo de engraçado nessa história toda. O Menem, merecidamente, tende a ser enterrado. Um gaucho, caudilho, argentino, macho mor, é chifrado por uma chilena. Cai beeeem mal entre argentinos, hein? O Chile e a Argentina têm uma pendência antiga por conta do canal de Beagle, três ilhas, cuja posse está sacramentada como sendo da terra de Pablo Neruda. Mas as dúvidas a respeito dessa posse existem desde o século 19. Em 1978, chile e argentina quase partiram para a guerra para acertar contas pelas ilhas. Mas o papa João Paulo 2, na época, interveio pela paz. Tudo bem, argentinos. Que troco, hein?

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