Saturday, March 28, 2009

Camargos, corrupções, Daslus..

De tempos em tempos a gente fica esperançoso de que as coisas podem mudar. Me sinto sim mais segura de saber que a polícia federal chega a essas vias de investigação.

mas vejamos a sequência de fatos...

- Plano Real faz 15 anos e Fernando Henrique Cardoso declara que nunca passou a mão na cabeça de corruptos...

-...um dia depois estoura a denúncia contra a Camargo Corrêa, sobre um esquema de corrupção envolvendo altos executivos.

- ...A Camargo Corrêa atua com obras públicas desde antes de FHC estar no poder...

- ...estoura de novo a Daslu, que se tornou o bode expiatório do novo governo...

- ... o governo está em meio ao lançamento de um pacote habitacional, que envolve muitos interesses... inclusive de empreiteiras como a Camargo Corrêa;

- ...tudo acontece quando a popularidade do presidente mostra quedas...

Bom, passando das picuinhas brasilianas para um assunto muito mais sério chamado desenvolvimento econômico, fica claro que se o Brasil quiser fazer jus ao seu papel de país emergente terá sim de mexer na ferida da corrupção endêmica. Que vai corroendo a lógica dos negócios e a credibilidade.

A Eliana Tranchesi é mais frágil diante dos tubarões com quem alguém teve de negociar para que ela montasse a "Disneylândia', como ela mesma já nomeou. Não acho mesmo que ela seja uma ameça à sociedade.

Mas sem dúvida há algo que precisa sangrar mesmo, que é o Judiciário deste país. Chamou-me a atenção a coletiva de um procurador da Justiça de nao mais que 30 anos que explicava o caso Daslu, e dizia: isto mostra que dentro do Judiciário há pessoas preocupadas com a corrupção.

Uma antítese àqueles velhos caquéticos e decadentes que defendem com grande talento verborrágico ladrões que têm cara, cheio, textura e conteúdo de corruptos.

Ganhamos um pouco de esperança com as ações da PF, amplificadas pela mídia. Dá ibope, todo mundo, ainda que tenha se acomodado no "aqui nada vai mudar" tem lá no fundo um desejo legítimo de viver num país mais justo.

Se quisermos mesmo dar o exemplo e ganhar terreno num mundo que está em crise de identidade vai ser preciso continuar num sentido de mudanças profundas. Ou, voltaremos a assumir o papel de país mambembe, que todos admiram, até riem da gente, mas ninguém quer ir além.

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